(Publicado no Jornal da Serra, 6/3/2015)
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ão dá mais para ter a certeza se o que está acontecendo no
país é perfídia da civilidade contemporânea, ou se as causas são por egocentrismo
de uma política partidária canhestra que confunde os mais politizados e
empobrece ainda mais os humildes deste universo de eleitores que lhe deram mais
quatro anos de desgoverno. O que o
(e)leitor acha? Neste contexto, confesso que preocupa quando a nossa
Presidente, sem corar o rosto, diz que a corrupção na Petrobrás é culpa do FHC,
apenas pelo fato de um dos envolvidos na Operação Lavo Jato haver dito que já
recebia propina em 1997. Daqui a pouco a culpa recairá sobre Monteiro Lobato, que
na campanha nacionalista de 1931, tinha como lema “O petróleo é nosso”.
Não é a primeira vez que a Presidente Dilma Roussef se expõe
a dizer “abobrinhas”, como esta sobre a avassaladora corrupção de uma estatal
de renome internacional, cuja participação desastrosa se deu quando presidia o
Conselho de Administração da companhia.
Preocupante também quando ditos em momentos solenes ou datas
comemorativas onde a imagem da Presidente do Brasil, e de um povo, transpassa
as fronteiras de outros países. Neste contexto, algumas pérolas ditas pela
Dilma serão inesquecíveis e partes vitalícias do anedotário nacional, como: “...
sempre que você olha uma criança, há sempre a figura oculta de um cachorro
atrás...” (Dia da Criança, out/2014); e a outra: “Paes é o prefeito mais feliz
do mundo, que dirige a cidade mais importante do mundo e da galáxia. Por que da
galáxia? Porque a galáxia é o Rio de Janeiro. A Via Láctea é fichinha perto da
galáxia que o nosso querido Eduardo Paes tem a honra de ser prefeito” (Rio 450 Anos,
1º/3/2015). Não bastava dizer que o Rio representa o maior potencial turístico
e esportivo do Mundo com a realização das Olimpíadas de 2016? A verborragia em
todos os tons deveria ser uma preocupação nacional. Não seria de estranhar se a
Dilma fosse, ao invés do “impeachment”, afastada por problemas de saúde.
Motivo: verborréia aguda.
Nesse diapasão, surgem os problemas de uma gestão de
improviso, sem planejamento, como as decisões abruptas para resolver a crise
energética, as pautas das seções do Congresso que diante da quantidade e da complexidade
dos assuntos acabam não tendo a prioridade e objetividade que merecem, a dimensão
do estrago provocado pela Operação Lava Jato, a nova política econômica que para
fazer caixa mexem nos direitos do trabalhador, na lucratividade das empresas, e
mais tantas outras, o que fazem o futuro parecer visto pelo retrovisor - a uma
distancia considerável da realidade que todos desejamos.
A perplexidade também avança, tirando o lugar do progresso então
iminente, barrado pela devastação de interesses políticos e privados (Ação
Penal 470 - o “Mensalão” e agora a Operação Lava Jato), com o País vivendo um
presente que, se não derem certo as medidas impostas para o ajuste fiscal que
se pretende, pode voltar à estaca zero (sem perspectivas) e ter de enfrentar um
grave período de recessão econômica.
Os debates da mesa redonda, civilizado, deixaram a razão de
ser e foi substituído por um mundo particular de “nós”- como se autodenomina o ParTido
da Presidente Dilma, e “eles” - o publico externo, ou seja, o povão que “come o
pão que o diabo amassou”.
Nesses dois meses da reeleição, vêm à tona os resultados de
uma política de governo mal sucedida, principalmente sob a maestria do
ex-ministro Mantega (recentemente nomeado para o Conselho de Administração da
Petrobrás) e que nos primeiros anos Lula caminhou em céus de anil no embalo do
Plano Real do governo FHC, que entregou o governo com índices de inflação
aceitáveis, e de um PIB robusto.
Sem o apoio do Congresso, onde reside a Câmara dos Deputados
e o Senado, e na iminência de reviver o clima das manifestações de rua como o
de junho de 2013, marcados para a próxima semana, agravada agora com a revolta
dos caminhoneiros, tem aí uma mistura explosiva que vai aumentar o inferno astral
do Governo, e interferir na paz do cidadão que além de tudo vai pagar mais pelo
imposto de cada dia.
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