(Publicado no Jornal da Serra, 20/3/2015)
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s sérios problemas de governo que o país vem enfrentando
desde o primeiro mandato de Dilma Roussef, por si só não deverão convencê-la a
mudar o gabarito que insiste em manter “nem que a vaca tussa”, ou seja, uma
visão anacrônica de viés ideológico da política econômica, podendo-se
acrescentar ainda como bolivariana e contraria a opinião de renomados observadores
e analistas dos mais diversos setores da economia, finanças, político e
social. Esta postura intransigente da
Presidente fez disparar o alarme e o clamor popular tomar conta das ruas,
transformando o dia 15 de Março nos tons mais verde-amarelo dos protestos já
vistos no Brasil, superando em números o movimento das eleições pró “Diretas
Já”, em 1984, reunindo cerca de 1 milhão de manifestantes, só em São
Paulo.
Os oito anos do governo Lula (2003-2010) que plainou nos
bons ventos do Plano Real (antes criticado pelos próprios petistas) e de
programas sociais iniciados pelo seu antecessor FHC, mesmo emplacando bons
índices como o crescimento do PIB (4%), e com aprovação popular de 83% do
governo, não foi suficiente para Dilma, então eleita presidente, conseguir
manter o país no gráfico do pleno desenvolvimento junto a outros países
emergentes. A exemplo de Lula que se viu enrolado com a corrupção do “mensalão”
(2005-2013), a Presidenta (assim gosta de ser chamada), igualmente, não evitou
que a corrupção sistêmica na Petrobras se institucionalizasse no governo
petista, dando inicio a maior investigação já ocorrida contra a corrupção,
envolvendo agentes públicos, empreiteiras, lobistas e políticos, comandada pela
Justiça Federal. A denominada Operação Lava Jato, poderá durar todo o segundo
mandato (2011-2018) de Dilma Vana Roussef.
Incluindo uma
inflação que beira os 8% ao ano, a Presidente não teve outra saída, e prevendo
o pior dos resultados da mobilização do dia 15 admitiu, dias antes, que sua política
de combate à crise esta esgotada. Entretanto, acostumada a “mandar”, sua
postura em nenhum momento demonstrou autocrítica, muito pelo contrario tratou o
assunto como uma justificativa para o embate do ajuste (arrocho) fiscal que
julga necessário para arrumar a economia brasileira. E deu no que já se
esperava: teve de assistir o maior “panelaço” da historia promovida pela
população de todo o Brasil, que com os ânimos exaltados acompanhava o seu
pronunciamento em rede nacional. Parecendo acreditar, “sinceramente”, no acerto
desta ação, apesar do fiasco representado pelos dados oficiais da produção, do
investimento, do comercio exterior, e do emprego, assim iniciou sua fala: “Nos,
e eu digo isso porque passamos por uma conjuntura... eu vou repetir isso: uma
conjuntura é um momento. Esse momento significa o seguinte: nós esgotamos todos
os nossos recursos de combater a crise que começou lá em 2009, e que nos
combatemos contra todas as características que são próprias da crise
internacional deste período”. Pura falácia. A economia mundial cresceu 3,9% em
2011, e pela velha contabilidade nacional, maquiada pelo Mantega, cresceu 2,7%
em 2011, 1% em 2012 e 2,5% em 2013. O resultado de 2014 deve ficar muito
próximo de zero. Os resultados finais que devem sair no final de março serão
desanimadores. Mas, a “presidenta” precisa se legitimar a qualquer preço, e tal
como a bruxa na historia infantil que olha no espelho e pergunta se “há alguém
mais bela que eu?”, vale a pena ainda ouvi-la dizer pérolas, como: “O Brasil,
senhoras e senhores, precisa de trabalhadores que tenham oportunidade de
trabalho...”
Nesse dia se comemorou também o Dia Internacional Contra a
Violência Policial. A Polícia Militar
que não teve que usar de força para reprimir atos de vandalismo durante a
manifestação, pois, transcorreu pacifica e ordeira (calando o exercito do
Stédile convocado por Lula), nada mais tranqüilizador do que observar as
crianças posando para as fotos ao lado dos policiais, que retribuíram com ares
de satisfação.
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