quinta-feira, 19 de março de 2015

Um Março para ficar na história

(Publicado no Jornal da Serra, 20/3/2015)

O
s sérios problemas de governo que o país vem enfrentando desde o primeiro mandato de Dilma Roussef, por si só não deverão convencê-la a mudar o gabarito que insiste em manter “nem que a vaca tussa”, ou seja, uma visão anacrônica de viés ideológico da política econômica, podendo-se acrescentar ainda como bolivariana e contraria a opinião de renomados observadores e analistas dos mais diversos setores da economia, finanças, político e social.  Esta postura intransigente da Presidente fez disparar o alarme e o clamor popular tomar conta das ruas, transformando o dia 15 de Março nos tons mais verde-amarelo dos protestos já vistos no Brasil, superando em números o movimento das eleições pró “Diretas Já”, em 1984, reunindo cerca de 1 milhão de manifestantes, só em São Paulo. 
Os oito anos do governo Lula (2003-2010) que plainou nos bons ventos do Plano Real (antes criticado pelos próprios petistas) e de programas sociais iniciados pelo seu antecessor FHC, mesmo emplacando bons índices como o crescimento do PIB (4%), e com aprovação popular de 83% do governo, não foi suficiente para Dilma, então eleita presidente, conseguir manter o país no gráfico do pleno desenvolvimento junto a outros países emergentes. A exemplo de Lula que se viu enrolado com a corrupção do “mensalão” (2005-2013), a Presidenta (assim gosta de ser chamada), igualmente, não evitou que a corrupção sistêmica na Petrobras se institucionalizasse no governo petista, dando inicio a maior investigação já ocorrida contra a corrupção, envolvendo agentes públicos, empreiteiras, lobistas e políticos, comandada pela Justiça Federal. A denominada Operação Lava Jato, poderá durar todo o segundo mandato (2011-2018) de Dilma Vana Roussef.
 Incluindo uma inflação que beira os 8% ao ano, a Presidente não teve outra saída, e prevendo o pior dos resultados da mobilização do dia 15 admitiu, dias antes, que sua política de combate à crise esta esgotada. Entretanto, acostumada a “mandar”, sua postura em nenhum momento demonstrou autocrítica, muito pelo contrario tratou o assunto como uma justificativa para o embate do ajuste (arrocho) fiscal que julga necessário para arrumar a economia brasileira. E deu no que já se esperava: teve de assistir o maior “panelaço” da historia promovida pela população de todo o Brasil, que com os ânimos exaltados acompanhava o seu pronunciamento em rede nacional. Parecendo acreditar, “sinceramente”, no acerto desta ação, apesar do fiasco representado pelos dados oficiais da produção, do investimento, do comercio exterior, e do emprego, assim iniciou sua fala: “Nos, e eu digo isso porque passamos por uma conjuntura... eu vou repetir isso: uma conjuntura é um momento. Esse momento significa o seguinte: nós esgotamos todos os nossos recursos de combater a crise que começou lá em 2009, e que nos combatemos contra todas as características que são próprias da crise internacional deste período”. Pura falácia. A economia mundial cresceu 3,9% em 2011, e pela velha contabilidade nacional, maquiada pelo Mantega, cresceu 2,7% em 2011, 1% em 2012 e 2,5% em 2013. O resultado de 2014 deve ficar muito próximo de zero. Os resultados finais que devem sair no final de março serão desanimadores. Mas, a “presidenta” precisa se legitimar a qualquer preço, e tal como a bruxa na historia infantil que olha no espelho e pergunta se “há alguém mais bela que eu?”, vale a pena ainda ouvi-la dizer pérolas, como: “O Brasil, senhoras e senhores, precisa de trabalhadores que tenham oportunidade de trabalho...”
Nesse dia se comemorou também o Dia Internacional Contra a Violência Policial.  A Polícia Militar que não teve que usar de força para reprimir atos de vandalismo durante a manifestação, pois, transcorreu pacifica e ordeira (calando o exercito do Stédile convocado por Lula), nada mais tranqüilizador do que observar as crianças posando para as fotos ao lado dos policiais, que retribuíram com ares de satisfação.  

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