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de significativa e
extrema importância a preservação de nossos direitos como cidadãos, e de que a
justiça seja cumprida com imparcialidade no que diz respeito à liberdade, à vida,
à segurança e à dignidade. Neste mês de dezembro o Dia da Justiça e da
Declaração Universal dos Direitos Humanos é comemorado nos dias 8 e 10, respectivamente.
O clima criado pelas manifestações de rua, ordeira e
desordeira, com a participação de cidadãos descontentes que exigiam saúde,
educação e segurança “padrão FIFA”, e dos black blocs que se misturaram ao movimento infernizando a
todos com depredações do patrimônio publico, sob a severa vigilância e
apreensões por parte do policiamento urbano, depois, a disputa acirrada das
eleições gerais para presidente, deputados e senadores, apesar de tudo isto, entre mortos e feridos, e
sem a intervenção direta de ‘forças armadas’, são a prova cabal de que vivemos
a plena democracia.
A satisfação com a democracia no Brasil, segundo pesquisa
recente do Ibope, feita a pedido do Jornal O Estado de São Paulo, cresceu 13
pontos em 2014, e chegou ao maior nível desde 2010. São 39% os brasileiros que dizem
estar “muito satisfeitos” com o regime democrático. Apenas 26% diziam isso em
2013, o ano dos protestos em massa. A despeito das manifestações por
intervenções militares, os taxados como “pouco satisfeitos” com a democracia caiu
de 40ª para 30%, e de 29% para 22% a taxa dos “nada satisfeitos”. Neste caso,
diz o cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas, Claudio Couto:
“grupos extremistas são mais estridentes. Têm uma repercussão maior do que sua
representatividade social. Não surpreende que a pesquisa mostre bem o contrario
do barulho que esse grupo causa”. De fato, a maior parte da população (46%)
afirma que “a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo”, e
apenas 20% dizem que “um governo autoritário pode ser preferível”, dependendo
das circunstâncias.
Para José Álvaro Moisés, professor de Ciência Política da
USP, “há problemas crônicos no Brasil em relação a confiança das pessoas na
democracia, que já vem de algum tempo”. Ele lembra a desconfiança com os
partidos e o Congresso, e cita duas causas: 1) a avaliação popular de que funciona
mal; 2) a percepção de aumento da corrupção. A pesquisa ainda apresenta outros
dados, e se encerra de forma elementar: “o Ibope ouviu 2002 eleitores entre 13
e 17 de novembro, em todas a regiões do Brasil. A margem de erro máxima é de 2
pontos, para mais ou para menos”.
A Justiça, por sua vez, no faro da corrupção onde se
entrelaçam o publico e o privado, tem sido implacável. Se houve uma época em
que o aparelhamento policial de investigação e repressão ao crime foi posto à
prova, e que a Presidente Dilma julga estarem sob as suas ordens, estes momentos
farão historia no Judiciário. A vara curta com que o juiz federal Sergio Moro
investiga a Operação Lava Jato, e para de vez desmontar a defesa dos acusados
que argumentam terem sido vitimas de chantagem, disse o seguinte: “Quem é
vitima de concussão procura a policia, não as sombras”.
Os efeitos causados pelo propinoduto da Petrobras, palco de
episódios que marcam o desenrolar da maior peça já ilustrada da corrupção no Brasil,
alem de comprometer a maior empresa e orgulho do país, há indícios de ir mais
longe, alcançando outros setores como a de obras aeroviárias, que pode ser a
bola da vez.
Esta semana, juristas que atuam em linha com os órgãos da
Presidência da Republica, e que tem interagido no processo originado pela
Operação Lava Jato, chamaram a atenção pelas atitudes e declarações dadas publicamente,
e que repercutiram nas primeiras noticias da mídia, causando apreensão e
desconforto à Presidente e do alto escalão do governo petista. Tais declarações
foram dadas pelo procurador-geral da Republica, Rodrigo Janot, que afirmou:
“não permitirá que prosperem tentativas para desacreditar as investigações e os
integrantes da instituição ligados à Operação Lava Jato, da Policia Federal”,
isto devido a reportagem da Revista Isto É, dizendo que Janot teria proposto
acordo às empreiteiras envolvidas para que confessassem ter formado um cartel,
o que colocaria o governo no papel de vitima. Outro foi o ministro-chefe da
Controladoria Geral da União - CGU, Jorge Hage, que, durante a palestra em
Brasília, de abertura da semana que comemora o Dia Internacional contra a Corrupção,
disse: “É preciso trazer as estatais para o foco do controle... uma decisão
política de investir mais em controle e prevenção da corrupção... hoje ainda acanhado
e limitado”. Em seguida anunciou seu pedido irrevogável de dispensa do cargo
que ocupa desde 2006.
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