terça-feira, 23 de setembro de 2014

Corrupção e eleições


E
stampada em todos os noticiários da mídia, dia sim, o outro também, a corrupção no país corre solta. Não fosse o maior julgamento da historia política do país, o “mensalão”, envolvendo os dirigentes do primeiro escalão do atual governo e seus aliados, o PT - Partido dos Trabalhadores poderá jamais dizer que foram as intrigas da oposição. Esta onda, contudo, não é uma particularidade ou propriedade de um determinado segmento, ela atinge a tudo e a todos sem discriminar cor, raça ou estado civil, e como uma peste contamina toda a sociedade.
Nesse contexto, cabe questionar por que a corrupção está tão arraigada no Brasil? A corrupção existe desde o inicio da civilização, e como algo deplorável difere na origem de se almejar o progresso pelas vias do direito. O ditado “a ocasião faz o ladrão” faz sentido quando o desejo de alcançar o sucesso a qualquer custo esbarra nas aparentes facilidades que se apresentam, e tomam rumos particulares que a sociedade condena. O Criador dotou o homem de inteligência podendo discernir o bem do mal, mas geralmente dão vazão à ganância. Considerada um ato inerente a determinadas pessoas e lugares, são as circunstancias que favorecem a sua prática, e, como um fenômeno universal não é propriedade especifica de um país, mas em níveis. Vejamos. Calcula-se a conta da corrupção em R$ 100 bilhões, com o Brasil ocupando a 72ª posição na lista dos países mais limpos, segundo a ONG Transparência Internacional. A título de comparação, o Uruguai está na 19ª posição, e o Chile na 22ª. E não é por falta de prisões que a corrupção avança. Entre dezembro de 2008 e dezembro de 2012, o numero de detentos no sistema penitenciário brasileiro por crimes contra a administração publica, cresceu 133%, sete vezes mais que o aumento da população carcerária de então. Hoje quase 300 presos cumprem pena por esses crimes.   
Alguns analistas observam que a corrupção no Brasil esteja relacionada principalmente ao sistema político e ao modelo de desenvolvimento econômico. Acredito que a causa esteja relacionado ao inchamento da estrutura organizacional política e ao modelo ineficiente da gestão pública. A tolerância demonstrada por algumas personalidades chocam pela maneira como definem a corrupção no país. Adib Jatene, Ministro da Saúde no Governo Collor, afirmou em 1992: “Quem faz o Orçamento da Republica são as empreiteiras”. Roberto Pompeu de Toledo escreveu na revista Veja, em 1994: “Hoje sabemos, sem sombra de duvida, que a corrupção faz parte de nosso sistema de poder tanto quanto o arroz e feijão de nossas refeições”.  Recentemente o secretário de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, Jose Mariano Beltrame lamentou a prisão do Comandante de Operações Especiais, que comandava uma quadrilha de subalternos dizendo: “Não há vacina contra a corrupção”. O ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrieli (PT), com cinismo, disse esta semana em depoimento dado à Justiça Federal, tentando se eximir de qualquer influencia política nas decisões da empresa, que são “problemas internos do governo as razões e as motivações” a indicação de Paulo Costa para o cargo de diretor da Petrobrás, o qual é acusado por corrupção.
Entretanto, a versão de que não há remédio para a corrupção já que está tudo tomado, não reflete a disposição do cidadão de bem que desejam viver sossegados, e sem riscos alcançar a felicidade dentro das normalidades.
Nestas eleições quando se dispara tiroteios entre militantes situacionistas e oposição, onde estará a preocupação de se criar mecanismos e instrumentos para tornar mais eficientes o controle e a fiscalização dos cofres públicos, pois o que se verifica é que ainda não é o suficiente para evitar as barbáries desta bandalheira. 

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