Pedro Mossri faleceu, dia 1º de junho.
Recentemente havia decidido abrir espaço em meu blog para Gente Nossa e tomei a iniciativa de uma conversa que se repetiu outras vezes com Pedro Mossri, por ser um notório conhecedor e escritor original da história de Passa Quatro. Muito gentil, havia me emprestado para leitura alguns dos seus trabalhos que fui devolver dois dias antes de sua partida. Dessa vez não estava na janela que dá para a rua, de onde conversava com os amigos quase que diariamente. Então, encontrei-o acamado devido a uma fratura dos pés. Parecia estar bem disposto, e se divertia contando que causou alguns embaraços quando a ambulância quebrou no caminho de volta do hospital onde esteve para se tratar, em São Lourenço.
Poucos dias depois recebemos a notícia. Ficamos tristes pela perda do amigo, e mais empobrecidos na cultura.
Nasceu em Pouso Alegre, em 28 de junho de 1924 e se transferiu para Passa Quatro em 19 de março de 1938.
Alfabetizado aos oito anos não parou mais de ler, e aos doze anos começado a escrever estórias infantis, publicadas no Suplemento Infantil do extinto Diário de São Paulo, em 1936, Cursou o ginásio e contabilidade em Passa Quatro e formou-se bacharel em Direito, em Varginha (MG).
Por convicção ficou solteiro. Tinha irmãs e o irmão Flamarion Mossri, já falecido, que se destacou como jornalista de O Estado de São Paulo, onde publicava notícias de Brasília.
Dirigiu o jornal Correio da Mantiqueira, publicando dezenas de artigos e poesias.
Durante muito tempo foi redator do informativo da Associação Comercial, - “O Passa Quatro”. Na edição de outubro de 1966, entre tantas outras noticias sobre a política, social e cultural da cidade, escrevia: ...“Visitando a Arena Municipal esteve na cidade o deputado Aureliano Chaves; Rubro Negro iniciou o levantamento de seu muro; Mais quatro escolas municipais passaram para o Estado: Caxambu, Registro, Boa Vista e Palmital; Paraninfos de 1966: Padre Domingos Rodrigues, da turma de normalistas do INSA e Dr. Decio Lopes da Mota, da turma do Ginásio São Miguel”...
Ganhou o concurso de contos das extintas ‘Revistas Alterosas’ (Belo Horizonte), ‘Cigarra Magazine’ (Rio de Janeiro) e ‘Lady’ (São Paulo). Na antologia ‘oficina’, organizada por Regis de Morais, publicou poemas. Publicou poesias no ‘Suplemento Província’, de ‘O Jornal’ (Rio de Janeiro), dirigido por Vinicius de Moraes. Escreveu um livro de crônicas sobre Passa Quatro sob o titulo “Passa Quatro: Feitos e Malfeitos” (termo em voga no atual governo da Presidente Dilma). Escreveu ainda “Uma Historia de Passa Quatro em Quinhentas Quadras”, prefaciado por Regis de Morais – admirador conterrâneo e escritor, e que foi lançado quando a Câmara Municipal completou 113 anos, em 2003. Atento aos acontecimentos políticos, sociais e curiosidades de nossa cidade, escreveu “Ligeiras Anotações sobre Ruas e Bairros de Passa Quatro”.
Na área da cultura, tem orgulho de ter realizado a montagem da Biblioteca Municipal Afonso Lopes de Almeida.
Foi funcionário publico municipal, iniciado como Secretario da Câmara Municipal de Passa Quatro e se aposentou como Secretario da Prefeitura em l990.
Até os últimos dias, as máquinas de escrever (tinha mais de uma) foi seu instrumento de trabalho. Pretendia lançar uma nova edição, mas, infelizmente, foi mais breve a partida para a eternidade.

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