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surpreendente como passam os
anos sem que nos demos conta das questões mal resolvidas, no caso, os problemas
urbanos relacionadas ao meio ambiente e suas consequências, com os quais
convivemos diuturnamente, e refletem em cheio na saúde e na qualidade de nosso
dia-a-dia. Nesse meio, entretanto, não são apenas os gestores públicos os
únicos responsáveis, aos quais competem a criação de instrumentos e mecanismos
para a preservação destes elementos vitais em ritmo de escassez. Cabe também à comunidade
a divisão desta responsabilidade, como parceiros efetivos destas ações, colaborando
e tomando iniciativas para que os projetos de obras e infraestrutura saiam da
gaveta, sob o risco de sofrermos as cobranças impostas pela natureza, como resultado
dos abusos, indulgencias e omissões praticadas pelos dois lados.
Nessa linha, é urgente a
implementação de um plano de saneamento básico, tido como a medida mais
importante do programa de governo de uma cidade, e cujo diagnostico contempla as
quatro vertentes: água, esgoto, lixo e drenagem. Aliás, de acordo com a Lei
Federal 1445/2007, uma exigência com data marcada para ser cumprido por todos
os municípios. Algumas cidades do Sul de Minas, como Virginia e Passa Quatro,
já têm este plano concretizado ou em andamento.
Para se ter ideia da
importância dada ao tema e da gravidade da situação atual, recentemente, quase
200 países se reuniram para a Convenção do Clima das Nações Unidas e pela
primeira vez estabeleceram metas jamais esperadas para conter o avanço da
emissão de gazes na atmosfera. Os fenômenos
físicos e climáticos em grandes proporções, devido às interferência criminosas
do homem, têm sido frequentes, causando sérios danos à humanidade, e desta
forma exigindo celeridade nas demandas por uma ampla reforma urbana, e assim se
preparando para um futuro menos desastroso.
As inundações urbanas causado
por córregos e rios que atravessam a cidade tem sido comum nestes períodos de
fortes chuvas, com serias consequências para as comunidades que vivem nas
proximidades. Os maiores culpados, entretanto, são os próprios moradores que
depositam objetos, moveis domésticos, e entulho de obras às margens dificultando
a vazão das águas. Neste caso, os serviços periódicos de limpeza e dragagem de
competência da Prefeitura são extremamente necessários nestas épocas.
O aforisma de que todas as
coisas já foram ditas, mas nunca é demais repeti-las, faz coro diante destes
desastres naturais, mas que não deveriam surpreender pela maneira como tem sido
relegados a um plano secundário.
O trágico evento (5/11) ocorrido
no Município de Mariana (MG), é um exemplo claro da implantação e funcionamento
de empreendimentos de grande porte e causadores de impactos ambientais, que geram
empregos e renda para a população residentes no entorno, mas que tem suas
atividades agravadas pela flexibilização dos processos de licenciamentos
ambientais dos órgãos do governo responsáveis pelo controle e fiscalização
destas atividades. Considerado o maior desastre ambiental em interior dos
últimos tempos, causando indignações até fora do país, o rompimento da barragem
de retenção dos resíduos provenientes da extração e beneficiamento do minério de
ferro, foi responsável pela devastação de uma comunidade inteira, provocando mortes
e a destruição de grande parte da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, calculando-se
em dezenas de anos a revitalização da biodiversidade das áreas atingidas. A
devastação envolveu ainda uma grande extensão do Estado de Espirito Santo.
O Prefeito de Mariana, Duarte
Junior participou em Paris, na França, do encontro da COP 21 – Convenção do
Clima das Nações Unidas sobre Mudanças Climática que reuniu mais de mil autoridades
de todo mundo. Duarte foi indicado pela Frente Nacional dos Prefeitos do Brasil
(FNP) ao cargo de vice-presidente para Desastres Ambientais, e representou no
evento as cidades, enfocando o desastre ambiental e humanitário causados pelo rompimento
da barragem da Samarco.
A seguir, um trecho do
discurso: “...Observei neste contexto, com muita tristeza, os atentados que
aconteceram aqui na França. Não podemos aceitar a mesma intolerância irracional
retroalimentada silenciosamente pelo radicais que se expressam através de
terroristas suicidas a suas ações barbaras chocando nações, ...Posto aqui sem
hesitar e sem medo de errar, que o planeta também comunga desse sentimento de
reprovação ...Só que, no caso do planeta, esse sentimento de repulsa se dá contra
toda a humanidade, que vem atentando de forma suicida contra o planeta. Sim,
hoje todos nós temos um pouco de terrorista, que cometemos ou nos omitimos, e
permitimos que se cometam atentados suicidas no mundo...”.
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