(Publicado no Jornal da Serra, 11/9/2015)
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justificar este texto, comecemos sobre um dos mais importantes acontecimentos
da história do Brasil, cuja data é relembrada todos os anos em todo o canto do
país. Quando o príncipe regente, Pedro
de Alcântara de Bragança, percebeu que as Cortes Portuguesas não lhe dava a
mínima atenção, zombando abertamente de sua administração nas províncias
brasileiras, circunscritas principalmente a região sudeste (Minas Gerais, São
Paulo e Rio de Janeiro), não deu outra e resolveu que tinha que ganhar no
grito. Sua esposa, a princesa Leopoldina o encorajou a não obedecer os coroas,
seus pais, que haviam deixado o Brasil um ano antes, e desta forma lhe
ordenavam voltar para Lisboa. Sua resposta deu-se em 9 de janeiro de 1822,
conforme os jornais da época: “Como é para o bem de todos e para a felicidade
geral da nação, estou pronto: Diga ao povo que eu vou ficar” - mais tarde
conhecido como o “Dia do Fico”. Mas não parou por aí. Sob as pressões de outros
países - a França e a Inglaterra, que dominavam a Europa, o rei Dom João VI e
sua corte insistia na ideia de transformar o Brasil em uma colônia portuguesa.
Então, o príncipe decidiu novamente botar a boca no trombone, e falou: “Amigos,
as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. A partir de hoje
as nossas relações estão quebradas. Nenhum vínculo unir-nos mais”, e arrancando
as braçadeiras que simbolizava Portugal, juntamente com seus soldados,
desembainhando sua espada, disse: “Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu
juro dar ao Brasil a Liberdade”, e bradou: “Independência ou morte”, e que é
lembrado até hoje como o “Grito do Ipiranga”. Era 7 de setembro de 1822. Depois
disso o príncipe foi coroado e consagrado Dom Pedro I.
Com
isso o país, que vivia o ciclo da cana de açúcar, pode presenciar o impulso
forte que o setor agrícola proporcionou à economia até então não aproveitada
internamente, trazendo a riqueza para a população das províncias. E assim o Brasil
se desenvolveu, obtendo avanços significativos em todos os campos da
industrialização, do comercio, da saúde, dos direitos humanos, surpreendendo
nas diversas áreas com tecnologias de ponta, se integrando a organizações e
tratados internacionais, elevando-se como o mais importante da América Latina. Como todos os países enfrentou obstáculos de
todas as ordens política, econômica e social, experimentando e superando-se nas
ocasiões das guerras, revoltas e revoluções.
Atualmente
o país volta a refletir um clima sombrio diante de uma crise com sérias
questões internas, disseminando a insegurança e afetando a credibilidade geral
de todos, novamente beirando o impeachment de um Presidente da República. A incompetência e a corrupção contaminou toda
a cúpula do Governo, até provas em contrário envolvendo o Presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB), o Presidente da Câmara do Deputados Eduardo Cunha
(PMDB), e a até a própria Presidente Dilma Rousseff (PT) – que aguarda a
tramitação de processos no TCU – Tribunal de Contas da União, e TSE – Tribunal
Superior Eleitoral. Como nunca antes nesse país, jamais houveram tantos casos
envolvendo os órgãos da Justiça - em todos os níveis, com mandatos de prisões e
condenação de políticos, agentes públicos e empresários envolvidos no
recebimento de propinas que atingem valores estratosféricos em milhões de
dólares.
A
maneira como tudo começou naquele 7 de setembro, - o enfrentamento para livrar
as províncias do império estrangeiro, em seguida a emancipação política e arrumação
da economia do país a começar do zero, não parece ser valorizado pelos atuais
mandatários da nação que assistem impassíveis as comemorações dos palanques nas
avenidas. Os tempos são outros. Os governos eleitos não tem compromisso de bem
administrar, ou melhor, o fazem a seu modo ParTicular.
As multidões que têm saído às ruas das principais capitais e nas grandes cidades do país, são as demonstrações do descontentamento geral pelo rumo que o país está tomando. Vamos ter que ganhar no grito!
As multidões que têm saído às ruas das principais capitais e nas grandes cidades do país, são as demonstrações do descontentamento geral pelo rumo que o país está tomando. Vamos ter que ganhar no grito!
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