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é novidade nenhuma que a maioria dos brasileiros apoiam o impeachment da Presidente
Dilma, atingindo 63% segundo pesquisa inédita do Ibope. Entretanto, chamam a
atenção os motivos apontados pelos entrevistados, que pela Constituição não
dariam base para o acontecimento do fato. A situação econômica do Brasil é
apontada na pesquisa com um alto índice de 31%, que julgam a inflação, os juros
e o desemprego como sendo fatores que exercem grande influência na qualidade de
vida dos brasileiros.
O
resultado disto são a diminuição do poder aquisitivo, o alto índice de
inadimplência, queda nas exportações e importação de produtos pelas indústrias,
mas que embora bem sinalizados, o fato é que não faz parte do texto
constitucional que favoreçam a possibilidade do impeachment.
Outros
27% disseram que é a má administração, ou seja, a incompetência do Governo,
hoje contendo 39 ministérios - que além de numericamente desproporcional às reais
necessidades do país, os seus ocupantes não demonstram serem capazes de
administrar de forma eficiente estas pastas, já que na composição dos quadros
são mais valorizados o perfil político ao invés do técnico. Motivos estes
também insuficientes para desbancar a “gerentona” do mais alto cargo da nação.
O
restante dos pesquisados apontam motivos como desejando o impeachment por estarem
insatisfeitos com o resultado da eleição; simplesmente não gostam da Dilma; ou
não sabem dizer o porquê.
Há
também os que revelam um sentimento de traição:
mentiu na campanha eleitoral sobre a situação econômica do país; reduziu
os benefícios trabalhistas; promete e não cumpre.
Das
respostas dos entrevistados no Ibope, o quarto grupo de entrevistados são os
que mais se aproximam de respostas mais concretas para o impeachment citando a
corrupção no governo, onde falam especificamente da Operação Lava Jato que foca
os desvios de verbas na Petrobrás, e se referem ao envolvimento pessoal de
Dilma com a corrupção.
No
resumo geral da pesquisa, na verdade, nenhum desses motivos podem gerar o
impeachment da Presidente. Neste momento o PSDB – partido do FHC e Aécio Neves,
estão sendo pressionados pelos demais partidos a assumir a bandeira do
impeachment, antes que a Dilma tome folego devido o apoio recente do Presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e o enfraquecimento do Presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), que tem se pautado contra a Dilma, porém,
está sendo acusado pela Procuradoria Geral da República por estar integrado na
Operação Lava Jato.
O
termômetro para esta iniciativa de tirar já a Presidente são também as manifestações
de rua do 16 de Agosto que bradou o
“fora Dilma” em todas as capitais e grandes cidades do país, e de que seria um erro esperar os julgamentos
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Tribunal de Contas da União (TCU),
sobre processos que podem levar a cassação, através da apuração de
irregularidades por abuso de poder político na campanha para Presidente, e as
“pedaladas fiscais” promovidas pelo ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega,
envolvendo importantes órgãos do Governo como o BNDS – Banco Nacional de
Desenvolvimento Social.
Até
poucos dias, ainda achava que a Dilma merecia o castigo de ficar para descascar
o abacaxi que plantou, pois pouco poderia fazer o seu sucessor senão dar
continuidade as mesmas medidas fiscais que estão sendo adotadas. Porém, o fato
de que algumas medidas tomadas por Dilma não estão seguindo a receita, e os
riscos de ver aprovadas as PEC – Proposta de Emenda Constitucional, e MP –
Medidas Provisórias, de puro interesse dos “petralhas”, fez desencadear a ideia
de que a cassação é inevitável.
Uma
coisa é certa, seja qual for o resultado, apenas uma minoria da população
saberá distinguir a motivação que levou o final da novela.
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