sábado, 6 de junho de 2015

Antes que seja tarde

(Publicado no Jornal da Serra, 5/6/2015)
E
m tempo de crise e tendo o Governo Federal como o maior responsável pelas pedaladas da política econômica mantida pelo ex-ministro  Mantega, tenta agora reparar os danos causados a economia com medidas de contenção econômica e fiscal formulado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, com reflexos graves para o país, e que “deve durar pelo menos dois anos”, segundo os próprios ministros.
Para os setores produtivos recomenda-se que as empresas e indústrias elevem a produtividade que, com o aumento dos encargos sociais e aumento das taxas de juros bancários para financiamentos, está provocando uma grande onda de trabalhadores desempregados, promovendo o chamado efeito dominó, afetando o orçamento domestico que por sua vez atinge os setores do comercio e dos serviços em geral.
Para os municípios, que já passam por dificuldades financeiras, quando em 2014 em razão da diminuição da arrecadação – causada tanto pelo baixo crescimento econômico do país quanto pelas desonerações promovidas pelo governo federal, e com isto a diminuição dos valores repassados ao FPM – Fundo de Participação dos Municípios pela União, vão ver agravados os seus problemas financeiros em 2015. 
Já passou da hora do gestor municipal enxergar a cidade como empresa, o que demanda principalmente maior qualificação e competência do quadro de ocupantes do primeiro escalão da instituição publica, no caso a Prefeitura Municipal.  Os municípios precisam incorporar conceitos básicos da iniciativa privada, buscando resultado em suas ações, e dessa forma se obter melhorias na qualidade de serviços de infra-estrutura e de lazer à coletividade.
Na visão do gestor publico dinâmico e eficiente, cabe ao Prefeito considerar os RH (recursos humanos) como a área mais importante e protagonista que garante a sobrevivência da organização.  O papel do RH na gestão de crises (estrutural e política) é fundamental como gestor de pessoas, devendo ser valorizado tanto quanto o publico externo – o cidadão que vota e que gera receita através do pagamento dos impostos. E num momento critico, é o funcionário que vai dar o suporte necessário para atendimento do munícipe. Os veículos de comunicação interna (boletins informativos) e externa (jornais) ou através das redes sociais, são ferramentas essenciais na gestão e na prevenção de crise. A figura do Ouvidor Municipal traz grande beneficio à gestão das cidades, mas é preciso que o Prefeito esteja aberto às críticas e a efetivação de mudanças que se fizerem necessário, inclusive a substituição dos seus “homens de confiança”, assim considerados nas bases da política e da antiga amizade. Parte considerável do sucesso da gestão (pública ou privada) depende do desempenho de sua equipe de profissionais, sendo de suma importância a introdução de ferramentas como Avaliação de Desempenho e programas de T&D - Treinamento e Desenvolvimento de pessoal. 
Para uma boa parte das cidades do Sul de Minas, o potencial de desenvolvimento econômico está voltado para o setor do Turismo. É importante e saudável que cada município se auto promovam mostrando o que tem de bom, de atrativos e de vantagens comparativas e competitivas, além de realçar a identidade do povo e sua cultura.
Pensar o Município como um produto, tornando-o uma marca no calendário turístico, tal como se consolidou o Trem da Maria Fumaça, é o caminho certo para buscar recursos para a implementação de programas sociais, realização de obras, e outros investimentos em infra-estrutura, nesse momento de crise econômica que atravessa o país
Dessa maneira, não poderíamos deixar de mencionar o VII Festival de Gastronomia – Passa Quatro Gourmet, que pelo numero de edições já realizadas, incorporou-se ao calendário turístico da cidade, porém, cujo sucesso não é unânime entre os consultados a dar sua opinião.
A crítica mais comum pesa sobre o termo “Gourmet”, e chama atenção dos organizadores para o próximo evento. Por definição, “gourmet” é utilizado para designar comida muito bem elaborada, diferenciada e bem apresentada, servida a um consumidor de paladar exigente. Com isso qualifica-se o Festival de Gastronomia Gourmet de modo um tanto ingênuo na sua chamada, e para os mais críticos algo como demais pretensioso, já que ofereceu apenas comida básica do dia-a-dia servidos nos estabelecimentos locais. De “gourmet” apenas é o workshop que traz “chefs” de cozinha para ensinar alguns pratos que não são comercializados nos quiosques, mas preparados para servir em pequenas porções aos participantes dos cursos livres. Então, fica aqui a sugestão: a) estabelecer que cada comerciante-participante elabore pelo menos um prato “gourmet” em seu cardápio habitual; b) seja dado um novo titulo para o evento: “VIII Festival de Gastronomia Passa Quatro. Com Workshop Gourmet”. Façamos assim antes que seja tarde demais. O turista traz receita.


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