quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A quem interessa o confronto

(Publicado no Jornal da Serra, 6/2/2015)

O
 aumento da criminalidade e a maneira de agir dos marginais chamam a atenção pela ousadia com que são praticados, não importando se a luz do dia, da câmera de vigilância e da ação policial.
O crime e a violência evoluem desde os primórdios da civilização, podendo observar que mudou apenas o “modus operandi” ou a técnica usada para sua execução. A época dita as regras e vão se aperfeiçoando de acordo com os avanços da ciência e da tecnologia. Se antes eram os batedores de carteira que agiam nas calçadas das grandes cidades, agora são os seqüestros relâmpagos onde a vitimas são obrigadas a fornecer suas senhas do cartão magnético para saques nos caixas eletrônicos. O alheio cresce aos olhos do bandido que vê na sociedade de consumo o esplendor para a prática dos crimes.
Os últimos dados da Secretaria de Estado de Defesa Social, de Minas Gerais, mostram uma realidade preocupante para quem vive no Sul de Minas, apresentando um crescimento considerável na taxa de homicídios. Outros crimes como seqüestro e cárcere privado, além de roubos e furtos, também apresentaram elevações.
A migração dos grandes centros urbanos para cidades do interior é uma tendência. Junto com a ampliação das vagas de emprego e o progresso causado por investimentos diversos na região, principalmente nas áreas de serviços e do turismo urbano e rural. Com a redução drástica da água para a população nestes grandes centros, aumentam o interesse da população das grandes metrópoles investirem em localidades que apresentam melhores condições de qualidade de vida. Todos estes fatores favorecem o aumento da criminalidade, e justamente onde o poder público local, empresas e moradores menos investem em segurança.
A Policia Militar tem desenvolvido de maneira satisfatória o seu papel social na prevenção de crimes junto a população. O sistema de Rede de Vizinhos Protegidos - RVP, uma importante parceria entre a polícia e a comunidade comprometidos com a segurança, foi implantado nos municípios de São Lourenço e Passa Quatro. Outro é o Programa Educacional de Resistência às Drogas - PROERD, realizados anualmente em todo o Estado, juntando as Escolas municipais, estaduais e particulares, com o objetivo de trazer aos jovens estudantes informações e mensagens de valorização da vida, da importância de manter-se longe das drogas e da violência.
É lamentável que as cenas mostradas recentemente na mídia televisiva da EPTV – G1 Sul de Minas, seja interpretado por uma parcela da população como abuso policial, quando na verdade os policiais atentavam para a repressão à iminência de crimes (em vias de acontecer), trabalho diuturno dos policiais que procuram seguir as normas durante as dezenas de abordagens realizadas, e que, circunstancialmente, sugerem medidas seletivas com o intuito de conter o ímpeto da marginalidade.
Segundo os especialistas, o crime e a violência devem ser entendidos como fenômenos “normais”, originados do meio natural humano, tornando-nos reféns eternos desta anomalia. È importante, senão imprescindível, que haja uma firme cumplicidade entre a população e a policia em combate ao inimigo comum, que planeja e ataca de improviso, de forma covarde, dispostos a tudo, inclusive ceifar vidas, em beneficio próprio ou de grupos à margem da sociedade.  
A população deve agir de maneira participativa junto às autoridades locais no sentido de responder com dureza ao grupo dissonante que não corresponde à segurança da coletividade.
Para cada tipo de operação policial há uma orientação apropriada. Diferente de grandes distúrbios como roubos e assaltos a Bancos, e manifestações de rua quando há desordem pública, e cabem atitudes enérgicas, as cenas mostradas recentemente pela EPTV – Sul de Minas, definitivamente não se enquadra como abuso policial. No caso dos jovens flagrados fumando maconha, pelas circunstancias dos fatos, já que os usuários não podem ser presos, nos parece até conveniente uma reprimenda vigorosa, inclusive nada de mais impor que fizessem flexões como exercícios físicos, e que repetissem elogios ao trabalho da equipe de policiais no comando.  Onde está configurado o abuso dos Direitos Humanos?  Quem garante que, dopados sob os efeitos da droga, não teriam partido para o crime se não tivessem sido exemplarmente repreendidos? Noutro jargão isto é “barrar a onda”.
O confronto entre a população e a policia só interessa ao bandido.

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