quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O outro dever de casa

P
assada as eleições, o quadro econômico, social e político devem continuar nada “mais do mesmo” (parafraseando o slogan da campanha presidencial petista) por um bom tempo, já que medidas corretivas de segundo mandato só deverão surtir algum efeito (...) a médio e longo prazo. Com o país apresentando um dos piores índices de desenvolvimento e corrupções a rodo, em 12 anos de governo do PT, como jamais visto na historia do Brasil, a presidente Dilma parece estar vivendo uma efusiva contemplação de uma bela tarde de céu azul e brancas nuvens tomando refresco de canudinho, esperando a posse para mais 4 anos de desgoverno.  
Em sua longa entrevista aos principais jornais do país, há alguns dias atrás, complementou ser fundamental agora se dedicar a fazer “o dever de casa” (depois de quatro anos de mandato).  O sentido vago e inexpressivo da frase da presidente reeleita é um recado para todos que achavam que seriam tomadas medidas efetivas para colocar o país nos eixos, agora deixando claro que deverá continuar agindo da mesma forma centralizadora e bolivariana. O “diálogo” também aventado pela Presidente, tudo indica pelo andar da carruagem, deverá ser ao “pé de ouvido”, e, assim, derivar sem rumo e sem consenso pela esplanada do Congresso.
Enquanto isso, outro “dever de casa” toma impulso motivado pelo flagelo que abate as populações de importantes Estados e cidades do país, e emerge da mais imperiosa das necessidades humanas, - a Água. Este sim, um dever de digna procedência, porém, demorada iniciativa. 
Resultado do longo período de estiagem, da incompetência do poder público, e por fim, da inconsciência do desperdício, a falta d’água é a principal ameaça do século, influindo não apenas na qualidade de vida da população, o que seria uma maneira ínfima de mensurar a gravidade da situação, mas de uma amplitude muito significativa que pode representar o fim da humanidade.  Observam os filósofos que o ser humano mesmo plenamente consciente da sua morte, e de que a natureza pode ter um fim, é fato o que deprime pode dar lugar ao ceticismo, levando o homem imaginar a própria imortalidade, afetando o senso critico e de responsabilidade para com a proteção do meio e da preservação da espécie. 
A afirmação de que todas as coisas já foram ditas, mas nunca demais repeti-las, leva recapitular o artigo “A batalha da água já começou” (Jornal da Serra, março/2014), focando a importância da região das Terras Altas da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais, na geografia da Bacia Hidrográfica do Rio Verde. O Rio Verde nasce em Passa Quatro, na divisa com a cidade de Itanhandu, abastecendo 31 municípios. Como afluente de outras bacias hidrográficas passa por mais outras centenas de cidades mineiras, daí a responsabilidade que tem os municípios mais próximos à montante do Rio Verde pela preservação e qualidade da água na nascente. O Rio Verde se estende por um percurso de 220 km até o Lago de Furnas, tendo como afluentes os rios Passa Quatro, Lambari, Palmela, pela margem esquerda; e os rios Capivari, Baependi, Peixe e Ribeirão da Espera, pela margem direita. Nesse processo de proteção dos recursos hídricos, deve ser dado a devida importância de medidas como a recuperação e preservação de nascentes, assim como a implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB, de maneira participativa com a população, com infra-estrutura para a captação e tratamento de águas e esgoto,  de empreendimentos como o SAAE – Serviço Autônomo de Águas e Esgoto, ou da Copasa (de controle do Estado), e de ETE – Estação de Tratamento de Esgoto; outro é o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS, que trata de organizar todo o sistema de geração, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos (o lixo). Alguns municípios de nossa região, como Virginia (MG), já implantaram todo o sistema. Os demais municípios também tomam estas iniciativas, vistas como instrumentos de tentativas importantes para a “ecoficiente” gestão do meio ambiente, e com sustentabilidade assegurar condições favoráveis para a qualidade de vida das gerações futuras.



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