N
|
enhum analista do setor
econômico e financeiro hoje acredita que poderá haver melhora da qualidade de
vida da população, a curto e a médio prazo, se permanecer o atual quadro da
conjuntura política, econômica e fiscal do País. As medidas tomadas nos últimos
meses pela equipe governamental são contraditórias, simplistas e insuficientes
para conter o avanço da inflação. Uma ingenuidade, por exemplo, zerar o IPI
para a compra de carros novos, numa tentativa de alavancar a indústria
automobilística, esquecendo-se que não há tantos novos compradores de
automóveis e outros bens duráveis, pois, quem já comprou seu carro zero ou a
geladeira há menos de um ano, deve mantê-los pelo menos nos próximos três anos
ou mais. As demissões e suspensões de contratos de trabalho de milhares de
trabalhadores das indústrias são as provas disso. Diante da falta de emprego
que aumenta a cada dia, e por causa da inflação, o consumidor quer mais é dar conta do
orçamento doméstico e sair da inadimplência das compras assumidas em época do financiamento
a perder de vista e dos juros altos, estimulados pelo Governo.
A Copa do Mundo,
independente dos placares (inesquecíveis sete a um), historicamente nunca
influíram nos resultados das eleições, no caso, a favor ou contra os políticos
que estavam no poder nas épocas que coincidiram os dois eventos. Os custos
financeiros da Copa, estes sim, deverão influir negativamente na vida do
brasileiro no tocante a falta de infraestrutura nas áreas de transporte, segurança,
saúde, educação, moradia, e por aí vai. Quem não se lembra das manifestações de
rua e dos cartazes que diziam: “Queremos qualidade de vida Padrão FIFA!” Sem
contar que o reflexo da baixa produção da indústria hoje se deve ao esfriamento
de grande parte do comercio que fechou suas portas durante os horários dos
jogos. Segundo dados da Federação do Comercio do Estado de São Paulo, no mês de
julho, 31,8% dos empresários acumularam estoques acima do ritmo de vendas. Sob
o ponto de vista do PIB – Produto Interno Bruto, um “pibinho”, dificilmente
apresentará até o final do ano um resultado acima de 1%, - o pior entre os
países latinos americanos.
As eleições deste ano tanto
estão preocupando o mercado econômico e financeiro que, recentemente, uma equipe de analistas do Banco
Santander surpreendeu a todos ao emitir
um informe que foi distribuído aos clientes, cujo texto apontava para o risco
de deterioração da economia, com queda da Bolsa de Valores, alta de juros e
desvalorização cambial, caso a presidente Dilma Roussef se estabilizasse na liderança das pesquisas de intenção de
voto. O comunicado incomodou a campanha à reeleição e levou a instituição
financeira a se retratar publicamente. A equipe de analistas do Banco foi
demitida por ferir as normas da instituição.
O desafio de criar uma
política econômica favorável aos empresários e evitar a estagnação industrial,
injetando mais confiança ao setor, está cada vez mais impossível para o Governo
neste curto tempo para as eleições presidenciais.
Por outro lado, os demais
postulantes ao mais alto cargo do País, deveriam ocupar este espaço com
seriedade e transmitir aos eleitores esta confiança que falta. É necessário mais
qualidade aos debates pela televisão e outros meios de comunicação, e serem potencialmente
incisivos nas suas propostas, deixar de generalidades e explicitar como vai
funcionar o modelo de gestão e os programas de governo, da forma mais clara e objetiva
possível, sem devaneios. Apenas tocar nos problemas não é o suficiente, pois
são públicos e notórios. Estão ainda nos devendo como serão desatados estes nós
que amarram a economia e emperram o ciclo do desenvolvimento e a prosperidade
do cidadão que paga seus impostos, aliás, um dos mais exorbitantes do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário