quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O Dia da Árvore



(Publicado no Jornal da Serra, 25/9/2015)


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ela qualidade dos recursos naturais à disposição da comunidade pode se avaliar o patrimônio ambiental de uma cidade. Como um dos elementos da natureza mais importantes para a vida do planeta Terra, esta semana, dia 21, faltando pouco para o início da Primavera, a Arvore deveria ter sido mais lembrada e festejada.
Muitas das vezes consideradas como estorvo nos quintais das casas ou nas calçadas, até mesmo no campo onde são cortadas de forma aleatória, elas abrigam os pássaros que comem os frutos e espalham as sementes. Nesses dias tórridos, quando o calor se torna quase insuportável, a sua sombra traz uma temperatura agradável interna e externamente nas residências e nos trabalhos.
Além das propriedades medicinais extraídas das arvores, é vital a sua importância para o equilíbrio do clima no Planeta – durante o dia elas absorvem radiação solar e gás carbônico, e liberam oxigênio e água, ou seja, faz o mais difícil. O ser humano respira oxigênio e libera o gás carbônico. 
As árvores possuem a capacidade de absorver grande quantidade de gases poluentes, provenientes da queima de carvão, dos escapamentos de carros e caminhões, e partículas poluentes vindas principalmente do diesel; que zonas urbanas arborizadas possuem 60% menos de partículas de poluição.
Uma arvore grande e saudável possui o mesmo efeito de dez aparelhos de ar condicionado funcionando 20 horas por dia; que apenas uma arvore consegue absorver mais de três mil litros de agua de chuva, diminuindo em 7% a contaminação de lençóis freáticos e mananciais e assim reduzindo os gastos com tratamento de agua para a população; e finalmente, as arvores reduzem a poluição sonora e áreas arborizadas valorizam e aumentam a ocupação de imóveis.
No campo espiritual, a Bíblia está repleta de comparações e metáforas estabelecendo uma relação constante entre o Homem e a Árvore, argumentando de que podem dar bons e maus frutos dependendo da forma que forem preparados e cultivados. Na parábola da figueira contada por Jesus, diz que nosso Deus não olha para a aparência, mas para o que somos capazes de produzir. Isto revela muito sobre a vontade do Senhor para as nossas vidas, incluindo-se ai a responsabilidade de proteção e preservação das nossas Árvores.    

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

No grito (1822 - 2015)


(Publicado no Jornal da Serra, 11/9/2015)

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ara justificar este texto, comecemos sobre um dos mais importantes acontecimentos da história do Brasil, cuja data é relembrada todos os anos em todo o canto do país.  Quando o príncipe regente, Pedro de Alcântara de Bragança, percebeu que as Cortes Portuguesas não lhe dava a mínima atenção, zombando abertamente de sua administração nas províncias brasileiras, circunscritas principalmente a região sudeste (Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro), não deu outra e resolveu que tinha que ganhar no grito. Sua esposa, a princesa Leopoldina o encorajou a não obedecer os coroas, seus pais, que haviam deixado o Brasil um ano antes, e desta forma lhe ordenavam voltar para Lisboa. Sua resposta deu-se em 9 de janeiro de 1822, conforme os jornais da época: “Como é para o bem de todos e para a felicidade geral da nação, estou pronto: Diga ao povo que eu vou ficar” - mais tarde conhecido como o “Dia do Fico”. Mas não parou por aí. Sob as pressões de outros países - a França e a Inglaterra, que dominavam a Europa, o rei Dom João VI e sua corte insistia na ideia de transformar o Brasil em uma colônia portuguesa. Então, o príncipe decidiu novamente botar a boca no trombone, e falou: “Amigos, as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. A partir de hoje as nossas relações estão quebradas. Nenhum vínculo unir-nos mais”, e arrancando as braçadeiras que simbolizava Portugal, juntamente com seus soldados, desembainhando sua espada, disse: “Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a Liberdade”, e bradou: “Independência ou morte”, e que é lembrado até hoje como o “Grito do Ipiranga”. Era 7 de setembro de 1822. Depois disso o príncipe foi coroado e consagrado Dom Pedro I.
Com isso o país, que vivia o ciclo da cana de açúcar, pode presenciar o impulso forte que o setor agrícola proporcionou à economia até então não aproveitada internamente, trazendo a riqueza para a população das províncias. E assim o Brasil se desenvolveu, obtendo avanços significativos em todos os campos da industrialização, do comercio, da saúde, dos direitos humanos, surpreendendo nas diversas áreas com tecnologias de ponta, se integrando a organizações e tratados internacionais, elevando-se como o mais importante da América Latina.  Como todos os países enfrentou obstáculos de todas as ordens política, econômica e social, experimentando e superando-se nas ocasiões das guerras, revoltas e revoluções.
Atualmente o país volta a refletir um clima sombrio diante de uma crise com sérias questões internas, disseminando a insegurança e afetando a credibilidade geral de todos, novamente beirando o impeachment de um Presidente da República.  A incompetência e a corrupção contaminou toda a cúpula do Governo, até provas em contrário envolvendo o Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), o Presidente da Câmara do Deputados Eduardo Cunha (PMDB), e a até a própria Presidente Dilma Rousseff (PT) – que aguarda a tramitação de processos no TCU – Tribunal de Contas da União, e TSE – Tribunal Superior Eleitoral. Como nunca antes nesse país, jamais houveram tantos casos envolvendo os órgãos da Justiça - em todos os níveis, com mandatos de prisões e condenação de políticos, agentes públicos e empresários envolvidos no recebimento de propinas que atingem valores estratosféricos em milhões de dólares.
A maneira como tudo começou naquele 7 de setembro, - o enfrentamento para livrar as províncias do império estrangeiro, em seguida a emancipação política e arrumação da economia do país a começar do zero, não parece ser valorizado pelos atuais mandatários da nação que assistem impassíveis as comemorações dos palanques nas avenidas. Os tempos são outros. Os governos eleitos não tem compromisso de bem administrar, ou melhor, o fazem a seu modo ParTicular.
As multidões que têm saído às ruas das principais capitais e nas grandes cidades do país, são as demonstrações do descontentamento geral pelo rumo que o país está tomando. Vamos ter que ganhar no grito!