sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Estes esquecidos


D
ia desses, na sala do Centro de Atenção Psicossocial – Caps, mantido pela Prefeitura Municipal, o dirigente da entidade que atua na recuperação de dependentes químicos (crack, álcool e entorpecentes) e os acompanha periodicamente às consultas, enquanto aguardava a chamada do medico Psiquiatra, comentava com a Assistente Social que a mãe de um deles, no desespero, pedira que cuidasse do filho, pois, se voltar a consumir drogas será morto pelos traficantes por causa de uma dívida de drogas consumidas e não paga. O dirigente diz também estar preocupado com a manutenção da entidade, já que os recursos financeiros são cada vez mais escassos para atender as despesas diárias com alimentação, remédios e transporte dos albergados, e que está tentando junto a Prefeitura e a Câmara de Vereadores, neste inicio de ano, uma verba do orçamento municipal para conseguir manter funcionando o único atendimento aos viciados em drogas existente no Município.       
Em outro ponto da cidade, o cidadão pára junto de outras pessoas que observam um pequeno cão que sofre com graves sintomas. O homem não vacila, recolhe o animal nos braçose atravessa a rua em direção a uma casa de produtos veterinários ali perto. Já no interior do estabelecimento, decepcionado, descobre que o telefone do Veterinário não atende, e que na cidade não há posto de controle e proteção animal para cuidar dos doentes e abandonados.
Estas narrativas ilustram bem o cotidiano de algumas pessoas da comunidade, quer sejam credenciados ou como voluntários, se dispõem a estes tipos de atividades, ora em beneficio de seus semelhantes, outras em busca de atendimento aos “animais não humanos”. Os caninos são o maior contingente entre os animais domésticos e de rua. Considerado “o melhor amigo do homem”, há um ditado sobre amigos não muito leais, que diz: “prefiro um cachorro amigo, a um amigo cachorro”.
O momento é oportuno para indagar o que tem feito a administração publica para conter o avanço do numero de dependentes do crack e outras drogas. Também sobre o controle populacional dos animais de rua – ou SRD (sem raça definida), onde os técnicos em serviço de vigilância sanitária propõem que a Prefeitura faça um mutirão para castração coletiva de cães e gatos, como medida emergencial.
A falta de verbas não deve livrar as Prefeituras da responsabilidade por implantação de sistema de tratamento e controle destes males que evoluem a cada dia, de conseqüências graves para a saúde publica. No caso do dependente químico a família é a mais afetada. Em se tratando dos animais de rua, reflete no turismo e no meio ambiente urbano e rural, contaminando o solo e as águas com a urina e fezes, além de propiciar doenças transmissíveis entre as próprias espécies, incluindo os animais domésticos.  
As associações e organizações não governamentais (ong’s) que apresentam projetos nesse sentido, vistos como uma esperança e motivação da luta contra as drogas, e de alento para com os animais de rua, acusam a Prefeitura e a Câmara de Vereadores por inoperância na criação e falta de apoio para programas e incentivos de âmbito municipal objetivando o controle e a prevenção destas anomalias.  Na esfera estadual, o “Cartão Aliança para a Vida” - programa criado no governo Aécio Neves, pode ser desenvolvido em parceria com comunidades terapêuticas, que estabelece o valor de R$ 45 diários para o tratamento de cada dependente químico (o valor é sacado diretamente pelo responsável da clínica). No campo do controle e proteção animal, tramita na Assembléia Legislativa de Minas Gerais o Projeto de Lei (PL) 1197/11, de autoria do Deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que cria um código voltado para a espécie; o projeto já passou em primeiro turno pelas comissões de Constituição e Justiça, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e Fiscalização Financeira e Orçamentária, seguindo agora para votação em primeiro turno do plenário da Casa de Leis.
Deus criou o homem com inteligência para optar pela melhor qualidade de vida; foi dado a natureza e os animais não humanos na beleza, vigor e presteza peculiar a cada espécie, nos cabendo a responsabilidade pela sua proteção e preservação.   

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

De volta a dura realidade


P
assado as festividades de final de ano, agora vem a conta. A nova equipe econômica que tomou posse e que tem a incumbência de colocar a casa em ordem, muito combatida pelos políticos do PT, agora vai ter de engolir os tucanistas que em outra época já pertenceram aos quadros do governo FHC. O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy e o ministro do Planejamento Nelson Barbosa já deixaram claro que haverá aumento de impostos e vai controlar com lupa as contas publicas do Governo. Tudo isto com a intenção de  colocar o Brasil no ciclo de crescimento junto de outras nações, e claro, não se referindo a  países da America Latina, como Argentina e Venezuela, que já entraram em processo de recessão econômica.  
Considerado um dos países que tem uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo, ainda assim apresentando os piores IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, por oferecer serviços públicos (saúde, educação, transportes, saneamento básico...) de baixa qualidade para a população, os gastos públicos sem precedentes e a corrupção foram a marca registrada do Governo Dilma. Os índices econômicos sempre mascarados quando eram divulgados pelos órgãos de pesquisas, como ocorreu com os dados do IBGE e foram proibidos de serem noticiados antes das eleições presidenciais, e fizeram coro às desculpas esfarrapadas do Mantega (ex-ministro da Fazenda), não foram suficientes para conter e tornar público uma inflação galopante que superou a meta estabelecida atingindo 7%, e de um “pibinho” (PIB) de menos de 1%. Agora, com prenúncios de aumento de impostos, o setor empresarial já acendeu a luz amarela. Os empresários que já sofrem com uma tributação excessiva de impostos na produção de bens e serviços, bem como de contribuições trabalhistas e previdenciárias e uma estrutura de escoamento caótica no transporte, já prevêem o caos, ficando quase impossível evitar a demissão de empregados que começam a ensaiar um período de greve geral nos grandes centros.     
A volta de impostos e contribuições como a CIDE (imposto do combustível) e da CPMF (imposto da saúde) já estão sendo preparadas, assim como acabar com a isenção do IPI sobre a venda de carros novos e ouros produtos como TVs, geladeiras..., - um artifício utilizado pela Dilma para incrementar as vendas com financiamentos a perder de vista, mas que provocou uma enxurrada de inadimplência, e uma falsa sensação de aumento do poder aquisitivo da população.
Além da corrupção reinante na Petrobras, o que coloca as empresas envolvidas na operação Lava Jato como responsável por uma série de fatores negativos na rede de fornecedores de equipamentos e serviços, e na economia do país como um todo, para quem investiu nas ações da Petrobrás, com o preço mundial do barril de petróleo que também contribuiu para isso, a situação é a seguinte: de 2006 a 2015 o valor das ações na Bolsa de Valores despencou de R$ 18,00 para os atuais R$ 8,00. Um prejuízo e tanto para o brasileiro que tinha a empresa como o maior orgulho do Brasil.
Quanto aos municípios, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios – CNM, a política fiscal e econômica do governo federal está afetando fortemente as suas finanças, que já eram críticas. Muitos deles, inclusive no Sul de Minas, atrasando o pagamento do 13º salário dos servidores municipais. O atraso nos repasses da União aos Municipios se deve a desonerações (como o IPI, por exemplo) promovidas pelo governo federal e que provocou o baixo crescimento da receita, e às “pedaladas” desse governo que impõem a outros entes federativos as conseqüências de uma política fiscal que beira a irresponsabilidade. Bem vindos  2015, com a ajuda de Deus.