sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O dia seguinte

S
empre depois das eleições, as buscas por elementos que justifiquem os resultados do certame, favoráveis ou não aos candidatos, proliferam entre observadores e analistas  que debruçam sobre questões de toda ordem cívica, moral e sociológicas, adotando critérios e propriedades que possam dar autenticidade às informações, e, se bem embasadas, passam a ter credibilidade e prosperam para efeito de estudos e acertos no conjunto da sociedade.
As declarações as quais afirmam que “os pobres apóiam o PT porque são pouco informados”, pelo fato de Dilma Roussef ter sido eleita Presidente da Republica com votação expressiva nos Estados da região norte-nordeste, é severamente contestada pelos petistas alegando que aí há uma ponta de ironia da parte de seus adversários tucanos que se referem aos eleitores desta parte do país como “ignorantes”. O governo do PT que investiu pesadamente nos programas sociais, desde o primeiro mandato do governo Lula, como o Bolsa Família, principalmente, considerada a “galinha dos ovos de ouro” em épocas de eleição, e pela precariedade em que vivem, é sistematicamente criticado por induzir a população a votar em seus candidatos, que são acusados de pegar os coitados pelo estomago através de programas assistencialistas criados pelo governo federal. De fato, para estes eleitores, que fez a diferença nestas eleições, deixam transparecer que não chegou até eles a informação de que o país atravessa uma das mais difíceis situação social e econômica jamais vista desde a estabilização da inflação pelo Plano Real, que foi editado pelo governo FHC, em 1994.
Com uma inflação agora galopando a quase 7%, bem acima da meta estipulada pelo governo Dilma, de um PIB (índice que mede a atividade econômica) medíocre próximo de zero, e uma confiabilidade das mais inexpressivas quanto ao investimento interno, e, se antes admirado como o país do futuro, agora visto com revés pelos países desenvolvidos, tudo indica que não são mensurados por uma boa parcela (o) culta da população. A corrupção reinante com os desvios de bilhões de reais dos cofres públicos, comprovados pelo maior julgamento político da historia, que foi a Ação Penal 470 (o “mensalão”), que envolveu dezenas de políticos do alto escalão do PT, e agora com o escândalo da Petrobrás, também parecem não terem sido um obstáculo grave para os eleitores de Dilma. 
Estas considerações também levam a imaginar como será o governo de alguns Estados onde o Partido dos Trabalhadores também ganhou as eleições. E, importante lembrar que separados por uma diferença de apenas 550 mil votos, em um universo de 15 milhões de eleitores, Dilma levou o voto de 52,41% dos mineiros, enquanto Aécio obteve 47,59, é quase a mesma percentagem na disputa para a Presidência em todo o país, o que representa uma correlação de forças bastante próximas. A expressiva votação de Dilma no norte e nordeste de Minas, regiões que dependem da ajuda oficial, faz surpreender sua vitoria no Triangulo Mineiro, considerado um dos pólos de desenvolvimento do Estado.
A vitória expressiva do PT em um Estado do porte de Minas Gerais pode levar a conquista de ministérios importantes na composição do futuro governo, e as chances de se tornarem exeqüível projetos e repasses de recursos federais antes impossíveis de se concretizarem devido o governo pertencer ao PSDB, talvez agora seja viável, inclusive para os Municípios (pobres) do interior mineiro.  

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O inverso da lógica no Governo


A
lógica é o estudo dos argumentos validos, ou uma tentativa sistemática para distinguir os argumentos validos dos inválidos. Seria então o caso de admitir que o critério para a escolha de dirigentes dos órgãos do Governo, como ministérios, agencias e secretarias, o fossem com base na “capacidade profissional, notório conhecimento e especialização nas respectivas áreas de atuação”, além de comprovado caráter e da eficiência, como condição indispensável para a gestão da coisa publica, o que não acontece. O mandato parlamentar, mesmo com a instituição da “ficha limpa impedindo o pretendente de disputar as eleições como candidato, ainda assim não há como evitar a ineficiência, os desmandos e a corrupção. A inexistência de instrumentos eficazes de fiscalização e controle dos setores de maior vulnerabilidade e riscos da administração pública também contribui para os “mal feitos” praticados pelos ocupantes de cargos de “confiança”. Por conta disto, paga caro o cidadão que apostou errado nos seus representantes políticos, levando multidões mesclada aos” black blocs” às ruas a protestar contra a atual política do Governo, mas que ainda terão que aguardar um tempo até que  surja uma luz no fim do túnel.  
Enquanto no setor privado as empresas investem em ferramentas e medidas para antecipar padrões de comportamento dos candidatos a vagas para cargos considerados estratégicos e apontar contradições, o mesmo não acontece quando se trata de preencher cargos na esfera política e no serviço público em geral.  As exigências de competências técnicas ou capacidades sociais para assumir cargos e funções que demandam grande responsabilidade no Governo, só serão possíveis através de uma urgente reforma política e administrativa, porém, de conteúdos suficientes para represar o fluxo das atividades extravagantes que corrompem as instituições.  
E, outra vez, aquele velho jargão franciscano que anuncia “é dando que se recebe”, desta vez foi mencionado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em depoimento por delação premiada do escândalo da estatal, se referindo a distribuição de cargos chaves e que variam de acordo com a sustentação dada ao Governo, cujos acordos de propinas são manipulados com os partidos da base aliada. Pelo andar da carruagem o tema será o principal gancho da oposição durante esta campanha do segundo turno de eleição presidencial, com grande chance de virar o jogo e terminar com os 12 anos de governo do PT.
Do lado da economia, a presidente a reeleição, Dilma, comete mais um deslize político-administrativo, mais focando o seu desempenho eleitoral, demonstrando a fama de gerentona ao ignorar a quem cabe a real responsabilidade pelo comando do Ministério da Fazenda, mesmo o ministro Guido Mantega parecendo cumprir aviso prévio e com a credibilidade em baixa, e designando Aloísio Mercadante, atual ocupante do Gabinete Civil de responder aos ataques da oposição na área econômica, assim estreando: “um país não se reduz a uma moeda”, que para quem não se recorda, Mercadante é o mesmo que proclamou em 1994 o fracasso do Plano Real, implantado com retumbante sucesso no governo FHC. Ora! A base de um sistema capitalista é uma moeda forte.
As más escolhas de política econômica empregadas até agora é o resultado do fracasso na economia do país, derrubando qualquer prognostico favorável para o próximo ano, não havendo um só analista econômico de peso que diga o contrario, em qualquer canto do país.  Com a inflação acumulada de 12 meses marcando 6,75% em setembro, acima da meta de 4,5%, e do limite de tolerância (de 6,5%), um PIB medíocre, e a classificação do Brasil como uma das cinco economias emergentes mais vulneráveis do mundo pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o governo Dilma Roussef completará os quatro anos que os eleitores lhe confiaram de forma decepcionante. É só conferir outros resultados cujos objetivos não foram alcançados pelo governo petista, entre estes a projeção de crescimento sustentável da atividade econômica em torno do 3,0% ao ano, diante de um avanço médio de apenas 1,6%.
Às vésperas deste segundo turno para Presidente da Republica, ficou nítido tratar-se de uma das eleições mais movimentadas dos últimos tempos, não apenas pelo trágico acidente que vitimou o presidenciável Eduardo Campos (PSB) e suas conseqüências, mas também pela alternância de poder que se avizinha.  Quanto aos veículos de comunicação e informação, parecem ter conseguido noticiar adequadamente a realidade dos fatos, agora cabendo ao (e) leitor prever o que de bom e ruim poderá acontecer em seu dia a dia, e assim votar consciente.  

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O medíocre e o sustentável


P
ara o país que saltou do estagio de subdesenvolvido para o pleno desenvolvimento, com destaque o governo FHC que propiciou com o Plano Real a estabilidade econômica, o Brasil, após 12 anos sob o comando do Partido dos Trabalhadores - PT, ainda patina no governo Dilma Roussef que não tem conseguido manter a economia dentro dos padrões mundiais da sustentabilidade, mesmo maquiando os índices oficiais,. Como membro do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), tenta manter-se em evidencia no exterior, mas na realidade ainda precisa ‘suar a camisa’ para que se credencie como um país emergente. Com um PIB (Produto Interno Bruto) medíocre de 1,9% podendo chegar a 0,3% (quase zero), e uma inflação galopante próximo da meta, segundo o governo de 6,5%, mas que na verdade o limite é de 4,5%, a sua imagem nada lembra o país do futuro. O Brasil também não obteve avanços importantes em setores considerados prioritários como o da saúde, por exemplo, onde procurou ‘tapar buracos’ buscando alternativas extremas como o Programa + Médicos com a importação de médicos de Cuba. Ora! O Brasil precisa de mais saúde, e não mais médicos.
Os estímulos ao comercio visando a população de baixa e média renda com a isenção de impostos e as facilidades de financiamento ‘a perder de vista’ para a aquisição de bens duráveis, de refrigerador a automóvel, levaram os consumidores a um alto grau de endividamento e conseqüentemente à inadimplência, dando uma falsa impressão de aumento do poder aquisitivo da população. Quanto aos programas sociais, segundo o ex-secretario de Política Econômica do Ministério da Fazenda Marcos Lisboa, sem questionar os avanços obtidos como a Bolsa Família, aponta que o fraco desempenho da economia acaba frustrando os ganhos sociais. Disse ainda que a política social não é conquista de um governo, mas da sociedade, e precisa ser preservada com políticas adequadas que garantam o crescimento.  
 Na diplomacia brasileira, o atual governo também ‘dirige na contramão’ do mundo democrático ao apoiar as ditaduras dos Castros, o bolivarianismo de Chávez/Maduro, e do iraniano Ahmadinejad – o apedrejador de mulheres, e se não bastasse, recentemente, já em campanha à reeleição, a presidente Dilma Roussef em discurso na ONU ainda disse que ficaria do lado da paz com o Estado Islâmico, - o mesmo cujos terroristas decapitam os inocentes e exibem as cenas nas câmeras de vídeo para o mundo.
E quanto a instituir ‘goela abaixo’ o controle da mídia, ainda em evidencia desde o governo Lula, a presidente ao mesmo tempo em que afirma que o seu governo é favorável ao “fortalecimento das instituições que fiscalizam, investigam e punem”, em outro repete tudo ao contrario em rede nacional, dizendo: “não é função da imprensa investigar o governo, mas apenas divulgar noticia”, ou seja, ao jornalista caberia apenas e tão somente publicar a noticia que lhe chega, e pronto, não importando a credibilidade da fonte, o que seria um ultraje a inteligência do leitor e do cidadão, deixando claro o quanto a presidente admite como corretas a tomada de medidas antidemocráticas contra a imprensa adotada pelos países “hermanos”, nossos vizinhos. Aliás, não fosse o jornalismo investigativo e a corrupção na Petrobrás não estaria neste estagio dos depoimentos que tornaram públicos o pretenso envolvimento de políticos do ‘grosso calibre’ no esquema, e cujas bandalheiras tiveram inicio quando Dilma era a presidente do Conselho Administrativo da estatal.     
Outro fator grave e responsável pelos excessivos gastos do governo, e que também favorece a corrupção – já comentado em edição passada nesta Coluna, é a gigantesca máquina publica dos ministérios e secretarias instaladas em Brasília, cujas engrenagens espalhadas pelo interior do país são azeitadas pelo governo em cumplicidade com os deputados e senadores da base aliada, e que deu origem à conhecida frase franciscana empregada no meio parlamentar de que “é dando que se recebe”. E quando se pensava que esta estrutura (na época de FHC eram 24 ministérios) pudesse ser ‘enxugada’, eis que a candidata a presidente declara que se eleita vai manter todos os 39.
Diante do público e do notório, na eminência da escolha do novo presidente, é essencial que cada brasileiro se dedique a uma analise criteriosa dos candidatos às eleições dia 5 de outubro, e, “às margens plácidas, de um povo heróico um brado retumbante”, possamos dizer: Sim! O Brasil tem jeito.