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urante algum tempo se
alimentou a expectativa de que assistir aos jogos da Copa de 2014 ou às
Olimpíadas de 2016, em São Paulo e Rio de Janeiro, seria um pulo para quem mora
no Sul de Minas. Porém, ficou só no papel a construção do TAV – Trem de Alta
Velocidade, - um projeto ousado e idealizado pelo governo do PT, que ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro a uma velocidade
de até 350 km, em apenas 1 hora e 33 minutos O percurso de 511 km atravessaria 38
cidades entre os dois Estados.
A região do Sul
de Minas geograficamente localizada nas divisas entre São Paulo e Rio de
Janeiro, permitiria aos passageiros o acesso fácil às estações de embarque e
desembarque não apenas rumo aos Jogos, mas, daí em diante para quaisquer outras finalidades como lazer e
negócios. Conforme previsto no projeto, o traçado poderia incluir até oito
estações para a parada do TAV em todo o percurso, sendo duas delas disputadas
pelas seguintes cidades: do lado paulista - Aparecida, Guaratinguetá e Potim, e
do lado carioca - Resende, Barra Mansa e Volta Redonda. Quais fossem as
localidades escolhidas, a região de Minas seria beneficiada, e assim permitir o
deslocamento do usuário da sua cidade de origem utilizando as rodovias
estaduais por Passa Quatro ou Itamonte, e em poucas horas chegar às estações de
embarque do TAV.
O prazo sempre foi questionado,
esbarrando numa questão histórica, pois, nunca em todo o mundo, levando em
conta os projetos de trens-bala, foi construído algo parecido em menos de cinco
anos e meio. Os ambientalistas eram outra preocupação, que devido ao impacto
ambiental exigiriam o cumprimento de medidas mitigadoras e compensatórias do
empreendimento, cujas discussões poderiam alongar ainda mais o inicio das
obras. A composição do grupo para gerir o empreendimento seria outra
complicação, de ordem econômica e de gestão. Havia preocupações quanto a custos,
sistemas operacionais, e até o tipo de rodeiro, - num comparativo entre as
tecnologias Mag-Leve (suporte magnético) e roda-trilho, e se optaria pelo
primeiro como o sistema mais avançado e extremamente adaptável ao traçado do
projeto. Grupos japoneses, alemães, franceses, espanhóis, coreanos, italianos e
chineses demonstraram interesse em participar da licitação do TAV brasileiro,
cujo edital não chegou a ser publicado.
Recentemente, o ministro do
Transporte, Cesar Borges disse que provavelmente é um assunto para o próximo
governo. Durante esse tempo o governo acolheu propostas dos interessados e
divulgou o interesse dos bancos em financiar o projeto, mas suspendeu a
concorrência ao ser informado que apenas os franceses apresentariam uma
proposta. Os demais possíveis concorrentes alegavam que a taxa de retorno do
empreendimento não compensaria o risco do projeto, que é elevado, e que a única
forma de tirar do papel seria o governo se responsabilizar pelo projeto
executivo de engenharia, - cerca de R$ 1 bilhão.
Mesmo levando em conta a
demanda crescente do fluxo de passageiros no eixo Rio – São Paulo, e o que
representa positivamente para o desenvolvimento econômico e sócio cultural, para
alguns analistas o TGV não é considerada uma prioridade. Atualmente os investimentos na área de
transportes não têm sido devidamente direcionados para projetos de melhorias na
infraestrutura das estradas de rodagem e de ferrovias. O transporte e embarque
de produtos agrícolas por navios, como a soja (o Brasil é o maior produtor
mundial), por exemplo, não tem obtido resultados positivos. O escoamento das áreas de cultivo é prejudicado pelas
péssimas condições das estradas, aumentando o valor do frete e no preço final
do produto, tornando o país menos competitivo em relação a outros países exportadores
que têm a malha de transportes mais eficientes.
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