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| Antonio Anastasia - governador de Minas, ladeado por Angelo Roncalli - presidente da Amgep, e Acácio de Andrade - ex-prefeito de Passa Quatro - MG. |
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a intenção de dar assistência aos ex-prefeitos e vice-prefeitos, foi criada em
março deste ano, a Associação Mineira dos ex - Gestores Públicos Municipais,
liderado pelo ex - Presidente da Associação Mineira de Municípios – AMM, e
ex-prefeito de São Gonçalo do Pará, Angelo Roncalli. A entidade que visa ao
fortalecimento do movimento municipalista e que teve o apoio do então
Governador de Minas – Antonio Anastasia, e agora como candidato ao Senado, com
habilidade observou a abrangência
política da associação e destacou a sua importância como uma representação
classista, sem entrar no mérito dos objetivos estatutários, valorizando os membros como “...gestores que
contribuíram no passado para o desenvolvimento dos municípios e do Estado”. O
atual presidente da agremiação, Angelo Roncalli, acha que “a vasta experiência dos
associados tem muito a contribuir não só com os atuais prefeitos, mas como
interlocutores e lideranças nas suas cidades e regiões”, soando assim como se
estivesse vivendo o personagem “Alice no País das Maravilhas”. Falando ainda
sobre as competências, organização e funcionamento da entidade, chega aos
finalmente, referindo-se ao mais importante objetivo da entidade, qual seja:
“representar os associados em juízo ou fora dele, para reivindicar apoio e
assistência em razão ao cargo público já exercido com prestação de serviços
jurídicos, contábeis e técnicos, a serem especificados em regimento interno e
documento próprio”. Absurdamente, apesar de a entidade já haver demonstrado inicialmente
que as causas estariam pautadas no movimento municipalista, na verdade, as
intenções estão voltadas para amparar os ex-prefeitos nos processos judiciais,
herdados no período quando estiveram como Prefeitos das cidades, - “os
ex-prefeitos precisam deste tipo de ajuda, já que após deixar a prefeitura, ele
perde a assessoria jurídica que tinham”, afirma Roncalli, garantindo que a
entidade, sem fins lucrativos, será mantida através das contribuições dos
associados, - cerca de 300.
Conforme
matéria da jornalista Isabella Lacerda, publicada pelo Jornal O Tempo, de
03/04/2014, “os primeiros a precisarem de ajuda deverão ser os próprios dirigentes
da entidade que, juntos, os oito ex-prefeitos respondem a um total de 107
processos, todos em primeira instancia e ainda ativos. Seus nomes ainda
aparecem em dezenas de outras ações já finalizadas no tempo em que estavam na
Prefeitura. Além da defesa jurídica desses ex-prefeitos, a associação ainda
pretende pressionar deputados e senadores para que aprovem projetos de
interesse dos gestores públicos que onerem menos os cofres das prefeituras.
Essa também é uma forma de, mesmo indiretamente, livrar os prefeitos de sanções
dos órgãos de fiscalização por, muitas vezes, desrespeitarem regras, entre elas
a Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo Roncalli, a primeira ação da entidade
será obter a garantia dos parlamentares de que esses projetos serão votados. ‘Não
dá mais para aprovar medidas que dificultam a vida dos prefeitos, que criam
gastos, mas não dão recursos para arcar com isso’, completa”. Opa! Parece que
aí a Amgep está desviando dos seus objetivos, apesar da sua pouca virtuose, e
entrando em seara alheira, neste caso, uma preocupação da Associação Mineira
dos Muncipios - AMM, onde congrega os atuais prefeitos eleitos. Ou estou errado?
Sobre
o atual Presidente da Amgep, Angelo Roncalli, a jornalista Ana Flavia Gussen,
do Jornal Hoje em Dia – 08/7/13, escreveu: “Para não ficar de fora do cenário
político o ex-prefeito de São Gonçalo do Pará, centro oeste, ganhou um cargo
sob medida na Associação Mineira de Municípios – AMM. Roncalli, que tem pretensões políticas para
2014, foi nomeado superintendente geral da instituição. A vaga foi definida pelo novo presidente da associação, prefeito de
Barbacena, Antônio Andrada (PSDB). O tucano foi quem sucedeu Roncalli que
estava há dois anos na presidência da AMM. Especula-se que o vencimento do
superintendente geral da associação possa passar de R$10 mil. Dentre as funções de Roncalli estão 'a formulação, a
execução e a avaliação do planejamento da entidade, visando ao desenvolvimento
institucional', segundo consta na página oficial da AMM que também traz os
critérios de escolha para o ocupante da vaga: 'Para o exercício de suas
funções, o Superintendente Geral da AMM deverá possuir as competências técnicas
e gerenciais que o habilite ao exercício do cargo'. Assim como a superintendência, outros três
cargos foram criados no organograma da AMM: a gerência geral de planejamento, a
gerência geral técnico e institucional e a gerência de pesquisa e
extensão. A eleição de Andrada à
presidência da AMM foi feita por acordo junto com outros pré-candidatos que na
época pleiteavam a vaga. A negociação passou também por Roncalli, então
presidente da instituição. Segundo um membro da direção que participou das
conversas, o ex-prefeito de São Gonçalo teve a garantia de que não ficaria de
fora do cenário político. Na época, chegou a ser comentado que ele ganharia um
espaço no Governo de Minas. O objetivo seria assegurar a Ângelo uma candidatura
a deputado estadual, já que por ser prefeito reeleito ele não pôde disputar o
pleito do ano passado. Segundo uma fonte
que pediu para não ser identificada, pessoas ligadas a Ângelo também foram
nomeadas na associação”, finaliza.
A
ex-prefeita Luciana Mendonça, de Três Pontas, e membro fundador da Associação
Mineira dos ex - Gestores Públicos – Amgep, assim se manifestou (www.trespontasparasempre.
blogspot.com): “... tive o prazer de contemporizar com a ex-prefeita Margo de Andradas, Acácio
Ex-Prefeito de Passa Quatro, o Betão Ex-Prefeito de Passo Fundo e o Dr.
Baldonedo Ex-Prefeito de Barroso e ex-presidente da EPAMIG. Foram muitos os
motivos que nos levaram à constituição dessa entidade. Não muito raro,
encontramos ex-prefeitos em total estado de abandono político, moral e legal. O
pouco ou nenhum entendimento sobre o que é exercício da democracia na disputa
eleitoral, leva para a vida, pós pleito, a perseguição política, que na maioria
das vezes culmina na superexposição dos ex-mandatários.A complexidades das leis
que norteiam a vida e a coisa pública nos fragilizam também, por exigir
conhecimentos além do alcance da maioria. Além de existir a indústria do
denuncismo, que pela ausência de conhecimento técnico e isenção daqueles que
teriam o dever de avaliar o objeto de denúncia, nos tornando-nos alvo de muitas
investigações, ações policiais e judiciais truculentas. Nem sempre, ou melhor,
quase nunca, nós ex-prefeitos (as), temos amparo jurídico e psicológico
necessário, que nos ampare, preserve, represente e defenda nas ações judiciais
e das perseguições morais, que sofremos. Somos expostos, juntamente com a
família, em carnavalesca operação policial ou de matérias sensacionalistas
veiculadas pela imprensa, sobre fatos não apurados, culminando por ascender um
olhar crítico depreciativo junto à opinião pública, que passa nos ver como
verdadeiros bandidos e criminosos...”. Enfim, para um relato do tipo
“comovente” como o da senhora Luciana Mendonça, há um ditado que diz: “Quem não
deve não teme, e quem não tem condições não se estabeleça”.
Esta pode ser a quarta organização de ex-gestores de municípios fundada no Brasil. Apenas nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, e agora Minas Gerais existe esta associação.
Esta pode ser a quarta organização de ex-gestores de municípios fundada no Brasil. Apenas nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, e agora Minas Gerais existe esta associação.

