terça-feira, 15 de abril de 2014

O bom conselho

A
mais rentável empresa publica estatal – a Petrobrás, atualmente tem a pior rentabilidade entre as maiores petroleiras do mundo. Encontrar, desenvolver e produzir petróleo não é dificuldade, mas a perda na área que envolve o refino, distribuição e revenda e, principalmente, porque o governo estabelece um controle de preço do combustível para evitar impacto na inflação (?). Há mais de dois anos a Petrobrás vende diesel e gasolina por preços menores do que os pagos quando importa. Sim, o país importa porque a setor de refino interno não é suficiente para atender o mercado. Apesar do saldo negativo do comercio de gasolina com o exterior, o país é autossuficiente em petróleo e derivados, segundo a ANP, isso porque as exportações de petróleo bruto compensam não apenas as importações do óleo leve, mas também os derivados, como a própria gasolina. De qualquer maneira, exportar matéria-prima e importar o produto pronto não é vantagem para o Brasil. Este resumo se faz necessário para chegarmos ao emblemático caso da aquisição de uma refinaria, em Pasadena - Texas (EUA), que todos os dias tem sido manchete nos noticiários da mídia no mundo todo. Começou com a declaração da Presidente Dilma, culpando o Conselho da Petrobrás de apresentar-lhe um relatório técnico falho, levando-a ao erro na compra da refinaria, ou seja, foi mal aconselhada (?). Os enfrentamentos econômicos e políticos se sucedem aos montes, com o envolvimento de ex-funcionários, parlamentares, partido e lobistas, como “nunca antes na historia deste país”. O Conselho de Administração, no caso, considerado o estopim, vem demonstrar o grau de influencia que este apêndice organizacional pode exercer na gestão empresarial como um todo e, quando uma canetada pode definir o rumo para a eficiência ou o caos, como visto, do maior patrimônio edificado em terra-mar do Brasil. Pelo jeito estes “mal feitos” ainda vai dar muito que falar, o suficiente para que esta coluna não se estenda por mais, porém, sem perder o foco - o Conselho.
Os conselhos existem desde os primórdios da civilização, onde prevaleciam as palavras dos anciãos e dos sacerdotes, como citados na Bíblia Sagrada. É natural que as organizações empresariais e estatais prezando por uma gestão eficiente, tenham os seus Conselhos como staff – apoio de profissionais capacitados em diferentes áreas para a sustentabilidade das suas ações. Os comitês, colegiados, associações de grupos em consultoria e assistência, também são componentes importantes desta estrutura de apoio e sustentação das organizações, com poderes decisórios, absolutos ou relativos, dependendo do nível de alcance econômico e social a que se propõem junto ao público externo. Nos municípios, os Conselhos exercem papel de fundamental importância como órgão consultivo, deliberativo (em termos) e de assessoramento ao Prefeito, cujos membros são designados por lei e decreto municipal, podendo atuar nas áreas do Meio Ambiente,Turismo, Cultura, Esportes, e mais recentemente dos Direitos dos Idosos. A composição destes Conselhos é paritária, ou seja, o numero de representantes são igualados, constituído por segmentos do poder publico e da sociedade civil, podendo influenciar de forma propositiva nas decisões tomadas pelo Executivo. Nesta virada, de “tempo das vacas magras”, quando os recursos repassados pelo Governo Federal aos Municípios estão escassos, os Conselhos tendem a ocupar a função de alavancar  recursos, não tão significativos mas necessários, através dos Fundos Municipais destes Conselhos, tornando viável a implementação de programas e projetos de forma a atender algumas demandas especificas, que em alguns casos tem que ser cumpridos com data marcada por órgãos estaduais e federais, e em outros por serem considerados emergentes face às circunstancias climáticas desfavoráveis, por exemplo, o período de estiagem (falta de chuvas), que compromete o abastecimento de água para a população.  
Por vezes somos lembrados que “se conselho fosse bom não se dava, vendia”, contudo, toda regra tem exceção.  

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