A
|
mais rentável empresa publica estatal – a Petrobrás, atualmente
tem a pior rentabilidade entre as maiores petroleiras do mundo. Encontrar,
desenvolver e produzir petróleo não é dificuldade, mas a perda na área que
envolve o refino, distribuição e revenda e, principalmente, porque o governo
estabelece um controle de preço do combustível para evitar impacto na inflação
(?). Há mais de dois anos a Petrobrás vende diesel e gasolina por preços menores
do que os pagos quando importa. Sim, o país importa porque a setor de refino
interno não é suficiente para atender o mercado. Apesar do saldo negativo do
comercio de gasolina com o exterior, o país é autossuficiente em petróleo e
derivados, segundo a ANP, isso porque as exportações de petróleo bruto
compensam não apenas as importações do óleo leve, mas também os derivados, como
a própria gasolina. De qualquer maneira, exportar matéria-prima e importar o
produto pronto não é vantagem para o Brasil. Este resumo se faz necessário para
chegarmos ao emblemático caso da aquisição de uma refinaria, em Pasadena -
Texas (EUA), que todos os dias tem sido manchete nos noticiários da mídia no
mundo todo. Começou com a declaração da Presidente Dilma, culpando o Conselho
da Petrobrás de apresentar-lhe um relatório técnico falho, levando-a ao erro na
compra da refinaria, ou seja, foi mal aconselhada (?). Os enfrentamentos econômicos
e políticos se sucedem aos montes, com o envolvimento de ex-funcionários, parlamentares,
partido e lobistas, como “nunca antes na historia deste país”. O Conselho de
Administração, no caso, considerado o estopim, vem demonstrar o grau de
influencia que este apêndice organizacional pode exercer na gestão empresarial
como um todo e, quando uma canetada pode definir o rumo para a eficiência ou o
caos, como visto, do maior patrimônio edificado em terra-mar do Brasil. Pelo
jeito estes “mal feitos” ainda vai dar muito que falar, o suficiente para que
esta coluna não se estenda por mais, porém, sem perder o foco - o Conselho.
Os conselhos existem desde os primórdios da civilização, onde
prevaleciam as palavras dos anciãos e dos sacerdotes, como citados na Bíblia
Sagrada. É natural que as organizações empresariais e estatais prezando por uma
gestão eficiente, tenham os seus Conselhos como staff – apoio de profissionais
capacitados em diferentes áreas para a sustentabilidade das suas ações. Os comitês,
colegiados, associações de grupos em consultoria e assistência, também são componentes
importantes desta estrutura de apoio e sustentação das organizações, com
poderes decisórios, absolutos ou relativos, dependendo do nível de alcance
econômico e social a que se propõem junto ao público externo. Nos municípios, os
Conselhos exercem papel de fundamental importância como órgão consultivo,
deliberativo (em termos) e de assessoramento ao Prefeito, cujos membros são
designados por lei e decreto municipal, podendo atuar nas áreas do Meio
Ambiente,Turismo, Cultura, Esportes, e mais recentemente dos Direitos dos
Idosos. A composição destes Conselhos é paritária, ou seja, o numero de
representantes são igualados, constituído por segmentos do poder publico e da
sociedade civil, podendo influenciar de forma propositiva nas decisões tomadas
pelo Executivo. Nesta virada, de “tempo das vacas magras”, quando os recursos
repassados pelo Governo Federal aos Municípios estão escassos, os Conselhos tendem
a ocupar a função de alavancar recursos,
não tão significativos mas necessários, através dos Fundos Municipais destes
Conselhos, tornando viável a implementação de programas e projetos de forma a
atender algumas demandas especificas, que em alguns casos tem que ser cumpridos
com data marcada por órgãos estaduais e federais, e em outros por serem considerados
emergentes face às circunstancias climáticas desfavoráveis, por exemplo, o
período de estiagem (falta de chuvas), que compromete o abastecimento de água
para a população.
Por vezes somos lembrados que “se conselho fosse bom não se
dava, vendia”, contudo, toda regra tem exceção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário