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participação das igrejas, templos, sinagogas e
mesquitas nas eleições evoluíram na medida em que seus programas religiosos passaram
a ser transmitidos com mais intensidade através das rádios e TVs aos fiéis em
todo o território nacional, apresentados em mais de 5 mil municípios. Com os políticos
visitando as instituições, o peso deste eleitorado é significativo e pode ser
visto pelo tamanho da bancada evangélica, coesa e atuante, na Câmara dos
Deputados. A igreja católica, como dogma, procura não se distinguir no meio
político temendo ser interpretada como simpatizante de alguma sigla partidária,
deixando claro sua neutralidade no meio parlamentar, evitando um engajamento
político, embora sejam historicamente respeitados e ouvidos devido a força e
poder do Vaticano. Sobre este assunto, alguns cardeais, como o politólogo
italiano Bartolomeo Sorge, fazem algumas observações como procurar discernir
melhor a qualidade moral da igreja, ou seja, reformular o seu conceito visando
a liberdade do homem e o futuro da democracia. A relação entre a religião e a política
é um tema que sempre vem a tona nesta época de eleições, e entendo que cada um
deve pensar o seu voto de acordo com a sua consciência política e religiosa. Afirmar
que um candidato não deva ser eleito porque não professa a mesma fé que o eleitor também não
faz sentido, pois o que importa é o programa de governo que deve compreender os
anseios e as necessidades do cidadão, neste caso, consentindo os ensinamentos
de Cristo - a liberdade e o amor ao próximo. Faz-nos lembrar da eleição de 1985
para prefeito de São Paulo, em um debate na televisão ente os candidatos Janio
Quadros, que não compareceu, e Fernando Henrique Cardoso, quando o
intermediador Boris Casoy, jornalista, perguntou se este acreditava em Deus, no
que respondeu: “Não acho que as convicções religiosas do candidato sejam
relevantes quando se trata do seu desempenho como prefeito”. Foi o suficiente
para a imprensa deturpar o que foi dito e comentar que havia perdido a eleição
por ter se declarado ateu. Com ou sem fundamentos, anos depois FHC foi eleito e
reeleito presidente do Brasil. Importa que o compromisso programático que o
candidato sela com o povo deva ser conduzido através de um governo democrático.
Quanto a gestão? Só Deus pode determinar se o modelo será eficiente.
Uma
resenha (Estadão, 20/7/2014) do que acontece no mundo religioso,
especificamente o evangélico, nestas eleições, demonstra que o candidato ao Palácio
do Planalto, o Pastor Everaldo, do Partido Social Cristão, cuja população
cristã representa 22,2% da população brasileira, segundo o IBGE, tem uma
expectativa de atingir ente 10% a 12% do eleitorado até outubro. Na última
pesquisa Datafolha o pastor obteve 3% das intenções de voto e manteve-se
deslocado dos demais nanicos. “Acredito que 95% das lideranças evangélicas
estarão contra Dilma, pelo apoio que ela tem dado a projeto que afrontam
valores da família”, diz Silas Malafaia, pastor e líder evangélico. Para chegar
a essa meta, Everaldo está construindo apoios como o discurso de que somente
uma candidatura evangélica será capaz de impor no detalhe eleitoral as
bandeiras da família e da vida, Segundo lideres evangélicos das maiores igrejas
ouvidas pelo Estado (jornal), a expectativa é de que o crescimento dele force
os demais candidatos a se posicionar claramente como a legalização do aborto,
casamento entre pessoas do mesmo sexo e descriminalização das drogas. Na
campanha de 2010, esses temas ganharam mais relevância no segundo turno. Entre
os que se aproximam de Everaldo estão os dirigentes das maiores igrejas evangélicas
no Brasil, com exceção da Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, que decidiu
apoiar Dilma. No Senado o parlamentar Magno Malta, também apoia o pastor
Everaldo. A política é uma ciência, e os
religiosos procuram entender as eleições como a escolha de homens tornados
instrumentos pelas mãos de Deus, para o bem de uma nação.
O
pastor Ezequiel de Oliveira Pena, da Associação dos Pastores Evangélicos, de
Passa Quatro, escreveu: “A Bíblia nos exorta sobre a diferença entre os
governantes que temem e os que não temem a Deus. Em 2 Samuel 23.3-4, está
escrito que “aquele que domina com justiça sobre os homens, que domina no temor
de Deus, é como a luz da manhã, quando sai o sol, como manhã sem nuvens, cujo
esplendor, depois da chuva, faz brotar da terra a erva”. “Quando os justos
governam, o povo se alegra; mas quando o ímpio domina, o povo geme” (Provérbios
29.2). Daí a importância de observar os candidatos segundo o temor a Deus.
Candidatos que temem a Deus tenderão a governar com base nos princípios e
valores cristãos e terão chances maiores de fazer um bom governo.
Como
está escrito: “Nota o homem sincero, e considera o reto, porque o fim desse
homem é a paz” (Salmos 37.37). “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem
morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e
fala a verdade no seu coração” (Salmos 15.1-2).
Que
Deus possa nos orientar e nos abençoar nessas eleições, e que nós como povos
Eleitos de Deus possamos agir e revelar a grandeza do seu poder.
